Giro do Vale

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Forças Armadas do Egito anunciam ter encontrado destroços do avião da EgyptAir

Foto: Egyptian Defence Ministry / AFP / Divulgação

Foto: Egyptian Defence Ministry / AFP / Divulgação

As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta sexta-feira, dia 20, que encontraram destroços e objetos pessoais dos passageiros do voo MS804 da EgyptAir que caiu na madrugada de quinta-feira, dia 19, no Mediterrâneo, durante uma viagem de Paris ao Cairo.

“Aviões e navios das Forças Armadas encontraram objetos pessoais dos passageiros e destroços da aeronave 290 quilômetros ao Norte de Alexandria”, afirma o exército em um comunicado. “A busca continua, estamos retirando água de tudo o que encontramos”, completa a nota oficial.

O voo MS804 desapareceu na quarta-feira à noite dos radares entre as ilhas do Sul da Grécia e a Costa Norte do Egito por razões ainda desconhecidas. O presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi determinou na quinta-feira a intensificação das operações de busca após anúncios contraditórios sobre a localização de destroços, que não pertenciam ao Airbus da EgyptAir.

Reunião para discutir chance de atentado

Entre os passageiros do avião, havia 30 egípcios e 15 franceses, além de dois iraquianos, e um britânico, um belga, um português, um canadense, um argelino, um saudita, um sudanês, um chadiano e um kuwaitiano.

Em função da tragédia, uma reunião ministerial de crise foi convocada nessa quinta pelo presidente da França, François Hollande, para discutir a hipótese de atentado terrorista. Tanto a França quanto o Egito são alvos do grupo jihadista Estado Islâmico, e os dois países são parceiros políticos e militares na luta contra o extremismo muçulmano.

Terrorismo

Vários cenários podem explicar o desaparecimento hoje do avião A320, da Egyptair, que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável. A França e o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos.

Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o ataque a um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia o trecho entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.

Argumentos

Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento hoje do voo MS804 da EgyptAir são poucas. “Uma falha técnica grave – a explosão de um motor, por exemplo – parece improvável”, disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, destacando que o A320 em questão era “relativamente novo”, porque vinha voando desde 2003.

Trata-se de “um avião moderno, o acidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste acidente”, reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França. Troadec assinalou ainda que a EgyptAir “é uma companhia que está autorizada” a voar na Europa e “não está na lista negra”.

Os peritos consideram igualmente improvável que o avião tenha sido atingido do solo, como foi o caso do voo 17 da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia em julho de 2014, ou do mar, como ocorreu em julho de 1988 quando a marinha norte-americana fez explodir por engano um avião de passageiros da Iran Air.

O avião da Egyptair desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Oriente Médio.

“Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos”, disse Feldzer, adiantando que a região ao norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é “uma das mais vigiadas do mundo, também por satélite”.

 

Correio do Povo

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