IBGE aponta que economia brasileira recuou 0,1% no 2º trimestre
- porJuliano Beppler da Silva
- 1 de setembro de 2021
- 3 anos
Após crescer 1,2% no primeiro trimestre e se recuperar das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira recuou 0,1% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.
O resultado interrompe a série de três variações trimestral positiva seguida do PIB (Produto Interno Bruto) — soma dos bens e serviços produzidos no Brasil — brasileiro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da variação negativa, o desempenho da economia se manteve acima do patamar pré-pandemia.
As estatísticas apontam ainda para um crescimento de 12,4% do PIB na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a economia nacional desabou 9,7% com os reflexos da pandemia.
Em valores correntes, a soma das riquezas nacionais chegou a R$ 2,1 trilhões, o que representa um crescimento de 6,4% no primeiro semestre. Ainda assim, o PIB continua no patamar do fim de 2019 ao início de 2020 e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
O resultado negativo do PIB no segundo trimestre foi pelas perdas da agropecuária (-2,8%) e da indústria (-0,2%) no período. Por outro lado, os serviços avançaram 0,7% entre os meses de abril e junho. Na percepção da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho de um setor compensou o do outro foi determinante para manter o nível de produção estável.
“A agropecuária ficou negativa porque a safra do café entrou no cálculo. Isso teve um peso importante no segundo trimestre. A safra do café está na bienalidade negativa, que resulta numa retração expressiva da produção”, explica Rebeca.
Serviços e consumo
O PIB de serviços subiu 0,7% no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre do ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB de serviços mostrou alta de 10,8%. O consumo das famílias ficou estável (0,0%) no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o consumo das famílias mostrou alta de 10,8%.
O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,7% no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o consumo do governo mostrou alta de 4,2%.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3,6% no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre. Os dados foram divulgados pelo IBGE, que anunciou nesta quarta os resultados das Contas Nacionais Trimestrais. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, a FBCF mostrou alta de 32,9%. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) do segundo trimestre de 2021 ficou em 18,2%.
Correio do Povo
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