Chega a 104 o número de mortos em função do temporal em Petrópolis, no Rio de Janeiro
- porJuliano Beppler da Silva
- 17 de fevereiro de 2022
- 3 anos
A quantidade de chuva que caiu em Petrópolis, entre terça e quarta-feira no Rio de Janeiro, foi a maior registrada na cidade em 90 anos. Ou seja, desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Somada a uma ação ainda insuficiente em áreas de risco, como dizem especialistas e autoridades, a tempestade causou até este momento, a morte de pelo menos 104 pessoas. Outras 24 foram resgatadas com vida, mas ainda há buscas na região pois 3 seguem desaparecidos.
Choveu na cidade fluminense 259,8 milímetros em 24 horas, superando o recorde anterior de 168,2 milímetros, de 20 de agosto de 1952. A chuva, que em quatro horas superou o esperado para todo o mês de fevereiro, causou dezenas de deslizamentos e danos diversos. O governador do Rio, Claudio Castro, afirmou que houve um grande investimento na Região Serrana do Rio, na área de contenção de encostas, nos últimos anos, mas admitiu que ainda não é o suficiente para evitar tragédias. “O que a gente tem de entender é que existe uma dívida histórica e também o caráter excepcional dessa chuva, a maior desde 1932. Existe o déficit e que sirva de lição para a gente agir de forma diferente.”
Castro ainda destacou que o sistema de vigilância local ajudou a alertar os moradores da região, caso contrário a tragédia teria sido ainda pior. “A questão das sirenes funcionou muito bem. A Defesa Civil conseguiu salvar muitas vidas”, disse.
Conforme dados municipais, 377 pessoas estão desabrigadas. Pontos do centro continuam bloqueados e as aulas da rede pública estão suspensas. A prefeitura orienta que os moradores evitem sair de casa.
No local conhecido como Morro da Oficina, no Alto da Serra, a Defesa Civil estima que 80 casas tenham sido afetadas. Em outras regiões, também há registros de ocorrências – foram 229 até a noite de ontem, das quais 189 por deslizamentos. “Orientamos a população que, ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, Gil Kempers.
Correio do Povo / Giro do Vale
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