Após a conclusão do inquérito sobre a morte do taxista Bruno Rosa Miranda, de 21 anos, ocorrida na noite da terça-feira, dia 27, ocorreu o indiciamento do indivíduo de 20 anos que até então também era supostamente vítima, e passou a ser acusado pelo crime de latrocínio – roubo seguido de morte.

 Na primeira versão apresentada pelo acusado, ele teria embarcado no táxi na cidade de Taquari, com destino a localidade de Colônia Vinte de Setembro, onde mora. Ele disse que no trajeto, dois indivíduos acenaram para o taxista, que parou. A dupla teria entrado no veículo, e no caminho teriam sacado um revólver exigindo que o motorista seguisse viajem. Ainda de acordo com o testemunho, chegando no interior de Paverama um dos supostos assaltantes que estava no banco traseiro teria aplicado um mata-leão (golpe de asfixia) no taxista, e na própria testemunha. Eles teriam sido estrangulados e jogados no chão. Após isso os homens teriam fugido em direção a BR-386.

O taxista morreu no local, e o indivíduo de 20 anos pediu ajuda para populares que acionaram a Brigada Militar.

História não convenceu

A história contada pela testemunha não convenceu a investigação que estava a cargo do delegado José Romanci Reis. “Primeira coisa que fiz foi mandar os agentes procurarem a arma usada no crime. Nas imediações do local do crime, foi encontrada a pistola de brinquedo. Também encontramos a camiseta dele (testemunha), ali perto no mato. Imagens de câmeras de monitoramento de Taquari revelaram que era a mesma camiseta que a suposta testemunha usava antes de chamar o táxi. Quando apresentei esse material para ele, a casa caiu, e ele confessou a verdade sobre os fatos”, conta o delegado.

O crime real

De acordo com o delegado, nunca houve outros envolvidos no crime, a não ser a própria testemunha, que na verdade é o autor do homicídio.

“Ele contou essa história para tentar se livrar do crime que ele próprio cometeu. Na verdade, ele tomou o táxi em Taquari com destino a Paverama. Quando revelou que não tinha dinheiro para pagar a corrida, o motorista mudou o rumo para um lugar bem distante do ponto de chegada para que ele seguisse a pé (como forma de represália pelo não pagamento da viajem). Foi ai que o passageiro sacou uma arma de brinquedo e obrigou o taxista a seguir até a localidade de Boa Esperança (interior de Paverama). Quando o motorista estacionou em um local afastado, ele aplicou o mata-leão do banco traseiro. A vítima, que é uma pessoa obesa e que já tinha problemas de saúde, acabou perdendo os sentidos, inclusive vindo a vomitar. Quando ele desmaiou, o autor do crime desceu e agarrou o motorista pelo pescoço para tirá-lo do carro, foi nesse momento que possivelmente houve a morte por esganadura. Inclusive o autor do crime restou com a camiseta vomitada pela vítima, o que pode ser o motivo pelo qual ele acabou tirando a peça e escondido no mato, na mesma área que foi achada a arma de brinquedo”.

Com a confissão, foi feito o pedido de prisão preventiva do indivíduo, que acabou sendo recolhido ao Presídio Estadual de Lajeado, onde aguardará o julgamento. O autor do crime é morador de Taquari e já tem antecedentes criminais por adulteração de veículo automotor, lesões corporais, entre outros de menor poder ofensivo.

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