Sala do TEA reinaugura e oferece mais de 50 atendimentos
- porJuliano Beppler da Silva
- 24 de fevereiro de 2025
- 5 horas
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Arthur Kaique em atendimento com a psicomotricista Isilóide Tende, na Sala do TEA. (Foto: Ascom / BRS)
A sala de atendimento voltada às crianças e adolescentes com espectro autista reinaugurou na noite desta segunda-feira, dia 24. O ato acontece após a reforma na estrutura, por meio de uma parceria com a Associação das Famílias e Amigos dos Autistas de Bom Retiro do Sul (AFAMAB).
A Associação investiu cerca de R$ 20 mil em brinquedos pedagógicos e R$ 25 mil em novos aparelhos para a sala com o intuito de potencializar os atendimentos. O recurso ocorreu por meio de emendas impositivas do Legislativo.
A Afamab também investe na contratação de uma psicomotricista para o espaço. Em contrapartida, o município cede uma educadora especial, fonoaudióloga e nutricionista para os atendimentos.
Educadora especial e responsável pela Sala do TEA, Alice Amaral Lopes, diz que o objetivo da reinauguração é mostrar a importância de investimento para o desenvolvimento das crianças e adolescentes autistas.
“A Sala do TEA tem três papeis fundamentais. Conscientização popular, acolhimento familiar e contribuição no desenvolvimento das crianças. O nosso foco aqui é trazer cada vez mais autonomia à vida das crianças”, afirma a responsável.
O olhar profissional
A fonoaudióloga Suelen Oliveira expõe a importância das famílias estarem atentas aos primeiros sinais de atraso no desenvolvimento.
Suelen cita que se com um ano e seis meses a criança não expressar uma comunicação oral, que seja possível ser compreendida, e apontar mais do que falar, é um indício para recorrer à ajuda profissional.
“Quanto mais cedo intervirmos na evolução da criança, melhor vai ser o seu desempenho. A gente não pode perder tempo”.
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Atendimentos com a fonoaudióloga Suelen Oliveira buscam a autonomia na comunicação das crianças. Foto: Ascom / BRS)
Isilóide Tende, psicomotricista, diz que a psicomotricidade trabalha com três fatores fundamentais: a evolução física, comportamental e cognitiva da criança.
“A psicomotricidade é essencial ao desenvolvimento das crianças e principalmente dos autistas porque ela olha o indíviduo na sua integralidade”, afirma. Isilóide reforça que atrasos físicos e motores também devem motivar a busca de ajuda profissional.
Mais de 50 atendimentos
A Sala do TEA oferece hoje mais de 50 atendimentos a crianças autistas ou em suspeita, com atraso de desenvolvimento. Serviços de fonoaudiologia, psicomotricidade, nutrição e apoio pedagógico são a base de terapias do espaço.
Para o futuro, Alice diz que o foco é ampliar as terapias oferecidas e trazer profissionais como fisioterapeuta e psicólogo. Mas além disso o objetivo do espaço é qualificar o atendimento às famílias e promover a elas encontros acertivos e atendimentos psicológicos.
A secretária da Saúde Taila Portz fala que o município deve encarar a demanda do espectro autista com responsabilidade. “Temos que ter compromisso com essas famílias e contribuir no desenvolvimento das crianças”, salienta.
O prefeito Celso Pazuch destaca a relevância do trabalho conjunto dos vereadores, do Executivo e da Afamab. “A gente precisa dessa união de esforços, de ideias e de recursos para a causa do autismo. Para o futuro, vamos buscar alternativas de expansão para esta sala”, enfatiza.
O olhar de mãe
Lucilene Menezes de Lima é mãe do Arthur Kaique, de quatro anos. Diagnosticado com espectro autista há mais de um ano, Lucilene ressalta a necessidade do olhar atento e sensível da família.
“Mãe não se engana. Eu percebia antes dos dois anos que o desenvolvimento do Arthur não era típico. Ele não falava e tinha muita dificuldade alimentar. Não sosseguei enquanto não consegui descobrir o que ele tinha e oferecer a ele os atendimentos que ele precisava.”
Após quase dois anos do diagnóstico e das terapias, Lucilene diz que o filho atingiu vários marcos de desenvolvimento. “A evolução física e de comunicação do Arthur com as terapias foi incrível. A maior emoção pra mim foi escutá-lo me chamar de mãe. Sempre digo: acreditem e ajudem os seus filhos. Eles podem muito”, conclui.
Ascom BRS
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