Foto: Divulgação / BM

Três pessoas foram formalmente indiciadas pela Polícia Civil no inquérito que apura o grave acidente com o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ocorrido em 4 de abril, em Imigrante, no Vale do Taquari. A tragédia resultou na morte de sete pessoas e deixou outras 26 feridas, entre estudantes e professores da instituição.

Foram responsabilizados por homicídio e lesões corporais culposas (sem intenção de matar): o motorista do coletivo, um representante do núcleo de transporte da universidade e uma representante da empresa contratante dos condutores. Segundo o delegado José Romaci Reis, responsável pela investigação, o inquérito ouviu 40 testemunhas e resultou em mais de mil páginas de documentos.

A investigação revelou falhas na condução do veículo em descida sem o uso adequado dos freios, além de desgaste severo nas lonas de freio traseiras do ônibus — o que teria comprometido a frenagem do coletivo. O motorista foi indiciado por negligência ao volante, enquanto o servidor da UFSM foi responsabilizado por não garantir a devida manutenção do veículo, cuja última revisão geral teria ocorrido em 2023.

Já a terceira indiciada, representante da empresa contratante dos condutores, foi apontada por não verificar se os motoristas contratados possuíam qualificação para o transporte de passageiros. De acordo com o delegado, a falta de critérios técnicos foi decisiva para a tragédia.

O ônibus, que saiu de Santa Maria rumo ao cactário Horst, em Imigrante, levava 35 pessoas e despencou de uma ribanceira de mais de 50 metros, na altura do km 4 da RSC-453. O caso comoveu o Estado e gerou uma onda de solidariedade às famílias das vítimas.