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O clima de tensão internacional se intensificou neste domingo (22) após o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, anunciar a convocação de uma reunião de emergência para esta segunda-feira (23). O encontro terá como foco os impactos dos recentes ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, ocorridos na noite de sábado.

Grossi declarou que “o regime de não proliferação nuclear está em jogo” e que o mundo não pode ignorar os riscos envolvidos. Ele reforçou que técnicos da AIEA já estão no Irã e precisam de condições seguras para inspecionar as estruturas atingidas, como a usina de Fordow, os depósitos subterrâneos de Isfahan e a central de combustíveis de Natanz — locais que concentram o enriquecimento de urânio no país persa.

Mesmo com a confirmação de Teerã de que não houve aumento nos níveis de radiação, a agência da ONU defende uma avaliação técnica minuciosa e imparcial. “Os inspetores precisam trabalhar sem hostilidades para garantir a integridade do acordo internacional de não proliferação”, afirmou Grossi.

Durante uma reunião paralela do Conselho de Segurança da ONU, o diretor da AIEA fez um apelo por diálogo e diplomacia. Ele ressaltou que uma escalada no conflito poderia ter efeitos devastadores e irreversíveis. A posição foi reforçada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que defendeu a retomada urgente das negociações entre Irã, Estados Unidos, Israel e demais atores do Oriente Médio.

O cenário atual eleva o alerta global sobre os rumos da segurança internacional e da política nuclear. A reunião desta segunda-feira poderá definir os próximos passos para evitar um colapso diplomático de grandes proporções.