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Enquanto avança o processo de criação da CPI da Energia na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o governo estadual atua nos bastidores para tentar inviabilizar a comissão. A Procuradoria-Geral da Casa deve entregar entre esta sexta-feira (19) e segunda (22) o parecer técnico sobre o requerimento, e a expectativa é de que todos os requisitos estejam atendidos.

Mesmo com os trâmites em andamento, aliados do governo já começaram a buscar deputados que assinaram o pedido da CPI, tentando convencê-los a recuar. A principal justificativa usada nas abordagens é que a comissão poderia ser utilizada para debater temas além da qualidade dos serviços prestados pelas empresas, como o processo de privatização, pauta que tende a ganhar protagonismo sob influência de parlamentares de esquerda.

A tentativa de retirada de assinaturas, no entanto, esbarra em um ponto polêmico: há interpretações jurídicas de que, uma vez protocolado, o pedido não pode mais ser alterado. Caso o governo consiga persuadir algum deputado, a Assembleia terá de enfrentar novo debate sobre a validade ou não da retirada das assinaturas.

A movimentação ocorre justamente no momento em que cresce a pressão sobre empresas como a CEEE Equatorial, alvo constante de críticas por falhas no fornecimento de energia. Em nota, a companhia afirmou que respeita o processo democrático e está à disposição da Assembleia para prestar todos os esclarecimentos. A empresa também destacou os investimentos realizados desde 2021, quando assumiu a concessão, com foco na modernização da rede elétrica e melhoria do atendimento aos quase 2 milhões de clientes.