Giro do Vale

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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Lupi admite falhas e diz que governo não sabia da dimensão das fraudes no INSS

Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, reconheceu nesta segunda-feira (8), em depoimento à CPMI do INSS, que o governo já recebia denúncias sobre possíveis irregularidades em aposentadorias desde 2023, mas não tinha dimensão do volume das fraudes. Ele destacou que apenas a atuação da Polícia Federal (PF) revelou a real gravidade do esquema de descontos indevidos em benefícios.

Segundo Lupi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só foi informado das irregularidades no dia em que a operação conjunta da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) foi deflagrada. O ex-ministro também admitiu que a instrução normativa do INSS de 2024, criada para regulamentar os descontos associativos, não surtiu efeito, reconhecendo falhas na atuação da pasta.

Lupi, que deixou o cargo em maio após a operação, negou envolvimento no esquema e disse nunca ter acobertado desvios. Ele ainda defendeu a revisão dos empréstimos consignados feitos junto a aposentados e pensionistas.

Durante a sessão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pediu a suspensão do senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-secretário da Previdência no governo Bolsonaro, alegando conflito de interesse. O pedido foi rejeitado, mas deve ser levado à Mesa Diretora da Câmara.

A CPMI já aprovou a convocação de ex-ministros, ex-presidentes do INSS e empresários apontados como operadores das fraudes. Estima-se que o esquema tenha gerado descontos não autorizados de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, atingindo mais de 4 milhões de beneficiários. Parte deles já aderiu ao acordo de ressarcimento firmado pelo governo.

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