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O traficante mais procurado do Rio Grande do Sul, Juliano Biron, 42 anos, foi preso em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Considerado uma das principais lideranças de uma facção criminosa do Vale do Sinos, Biron estava foragido desde outubro de 2024 e tinha quatro mandados de prisão preventiva em aberto. Ele foi detido na quarta-feira (10) pela Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN), unidade da polícia boliviana especializada no combate ao tráfico, e a prisão foi confirmada nesta quinta-feira (11). Outro traficante gaúcho, de Cachoeirinha, também foi capturado na ação.

Na Bolívia, Biron se apresentava como João Paulo Zucco, natural de São José (SC). Contra ele, já há condenações que somam 33 anos em regime fechado. O criminoso era o principal alvo do Denarc, responsável pela Operação Beatus, deflagrada em dezembro passado, que identificou movimentação de cerca de R$ 1 bilhão ligada ao grupo. Somente nessa ofensiva, 17 fazendas foram confiscadas, algumas com pistas de pouso usadas para o transporte de cocaína de países vizinhos.

Biron também acumula histórico violento: em 2020, foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, ocorrido em Canoas. Mesmo após períodos em presídios de segurança máxima, chegou a obter benefícios judiciais, como prisão domiciliar humanitária e dispensa de tornozeleira eletrônica, até voltar a ser condenado por tráfico e lavagem de dinheiro em 2022, quando desapareceu.

A captura ocorre em meio ao avanço da Operação Beatus, que nesta semana mobilizou mais de 200 policiais para cumprir 17 ordens de prisão preventiva e 48 mandados de busca em quatro estados. Oito pessoas foram presas até o momento.