Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (27), em entrevista coletiva em Kuala Lumpur, que a conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi “surpreendentemente boa” e sinalizou avanços para um novo acordo comercial entre os dois países. O encontro ocorreu no sábado (25), na capital da Malásia, e, segundo Lula, foi marcado por respeito mútuo e disposição para diálogo, mesmo diante das diferenças ideológicas.

“Se depender do Trump e de mim, haverá acordo”, declarou o presidente, ressaltando que as divergências políticas não impedirão a construção de uma relação produtiva. Lula disse ter entregue pessoalmente um documento com as demandas brasileiras, incluindo o pedido de suspensão das tarifas impostas a produtos nacionais, consideradas por ele “injustas e baseadas em informações erradas”.

Durante o encontro, Trump teria orientado sua equipe a buscar uma solução “em poucas semanas”. Lula destacou ainda que o diálogo foi “franco e respeitoso”, e que ambos defenderam a retomada de uma relação de confiança entre Brasil e Estados Unidos.

O presidente brasileiro também afirmou ter esclarecido a Trump questões relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enfatizando a legalidade e as provas do processo. Segundo Lula, o norte-americano ficou “surpreso” com os detalhes apresentados.

Lula garantiu que as tratativas com os Estados Unidos não alteram a parceria com a China, principal parceiro comercial do Brasil. “Isso não tem nenhuma implicação na relação com a China. São coisas totalmente distintas”, frisou. Ele afirmou que o país continuará atuando com “pragmatismo e soberania”, mantendo diálogo com todos os parceiros, inclusive a União Europeia.

“Vamos fazer o acordo o mais rápido possível, mas mantendo a liberdade de relação com todos os países”, concluiu.