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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi anunciada como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O Comitê Norueguês do Nobel destacou sua “dedicação incansável à defesa dos direitos democráticos e sua luta por uma transição pacífica da ditadura para a democracia” na Venezuela.

Machado, considerada símbolo da resistência contra o regime de Nicolás Maduro, recebeu elogios por unificar uma oposição antes fragmentada em torno da causa por eleições livres. “Mesmo sob ameaça, ela optou por permanecer em seu país, inspirando milhões de venezuelanos”, afirmou Jørgen Watne Frydnes, presidente do comitê.

Nos últimos anos, a opositora enfrentou intensa perseguição política, desqualificação eleitoral e mandado de prisão. Após ser impedida de concorrer contra Maduro, apoiou o diplomata Edmundo González Urrutia, hoje asilado na Espanha. A repressão pós-eleitoral, que deixou mais de 20 mortos e levou à ruptura diplomática com diversos países, consolidou a imagem de Machado como símbolo da resistência democrática latino-americana.

Ainda não se sabe se ela poderá comparecer à cerimônia de entrega do Nobel, em dezembro, em Oslo, devido aos riscos de segurança. “Esperamos tê-la conosco, mas é uma situação delicada”, disse Frydnes.

A vitória de Machado também frustrou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia manifestado publicamente o desejo de ser premiado após o cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O comitê afirmou, porém, que as decisões seguem apenas os princípios definidos por Alfred Nobel, sem influência de campanhas políticas.

Criado em 1901, o Nobel da Paz reconhece pessoas e organizações que promovem a paz e os direitos humanos. O prêmio inclui medalha, diploma e uma quantia em dinheiro.