Horário de Verão termina hoje
- porJuliano Beppler da Silva
- 10 de março de 2015
- 10 anos
O governo ainda não concluiu o balanço de quanto foi economizado nesta edição do horário de verão. Na última, foram poupados R$ 405 milhões no consumo de energia. No início do horário de verão, a estimativa do governo era de uma economia de R$ 278 milhões, com geração de energia térmica no horário de pico. O ganho na redução de demanda foi estimado preliminarmente entre 4,5% e 5%, ou 2.595 MW nos momentos de pico de consumo, segundo os monitores do processo: o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia.
No RS é estimada em 240 MW a expectativa de queda no uso da energia nos picos de consumo. Essa potência equivale ao consumo de uma cidade do porte de Canoas, avalia o diretor de Transmissão do Grupo CEEE, Luis Carlos Tadiello. Nesta edição, o horário de verão teve 126 dias, cinco a mais do que a média dos últimos 15 anos e uma semana a mais do que no último ano.
A prorrogação ocorreu para evitar que o fim da medida acontecesse no Carnaval. O principal objetivo do horário de verão é aproveitar melhor a luminosidade natural do dia, reduzindo o consumo de eletricidade no fim da tarde, quando ocorria o chamado pico de consumo. Recentemente, o pico tem sido registrado no meio da tarde.
Horário de pico à tarde
O diretor-geral da Aneel, Reive Barros, disse que o horário de pico de energia no País está se deslocando para as 15h, principalmente por causa de sistemas de ar-condicionado. Em 2014 isto já havia ocorrido no Rio Grande do Sul e se repetiu neste ano. No Estado o maior pico de energia da história foi de 6.902 MW e aconteceu na tarde do dia 6 de fevereiro do ano passado. Em 2015 a demanda máxima registrada até a última sexta-feira foi de 6.254 MW no dia 10 deste mês. Mesmo assim, a média de ganho do horário de verão no RS deverá se manter nos mesmos níveis do país, prevê o diretor do Grupo CEEE.
Janeiro deste ano foi o mês mais seco em 85 anos na região Sudeste do país. Esvaziou os reservatórios e trouxe crise ao abastecimento de energia. No Estado não há esse cenário. Segundo Tadiello, o nível de água na barragem da principal hidrelétrica do Rio Grande do Sul, Passo Real, em Salto do Jacuí, é de 51%. A partir dela são abastecidas as demais: Maia Filho (Salto do Jacuí), Itaúba (Pinhal Grande) e Dona Francisca (Agudo). Nos anos 1993/1994 o nível em Passo Real chegou a 17%. O problema do Estado em energia é a dependência do Sistema Interligado Nacional (SIN). O RS produz cerca de 50% do seu consumo.
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