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O Governo Federal deve, há quase um mês, o repasse da primeira parcela do pagamento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) à Univates. O atraso levou a instituição a recorrer, esta semana, a um empréstimo bancário para sanar as contas e manter as folhas de pagamentos de funcionários em dia. O último prazo para quitação do valor, que ultrapassa os R$ 4 milhões, era ontem, mas não foi realizado.

De acordo com o reitor da Univates, Ney Lazzari, há também uma quantia em atraso referente a parcelas de 2014, mas o que preocupa é 2015. Segundo ele, neste ano não foi pago o valor de nenhum aluno; os outros valores são de contratos que apresentaram algum tipo de problema. “A alegação é que o governo não tem dinheiro. Agora, temos que esperar e tentar resolver da nossa forma.”

O reitor destaca que o valor que o Governo Federal deverá pagar as instituições para contratos vigentes chega a R$ 15,2 bilhões. Contudo, o orçamento prevê R$ 12,4 bilhões para 2015.

Lazzari adianta que todos os contratos vigentes do Fies serão cumpridos e renovados, mesmo com esse atraso de valores. “Temos 2.993 alunos e, destes, 2,7 mil já regularizaram a situação com a instituição.” Segundo o reitor, os estudantes do Fies representam 32% do total da Univates. O último prazo para a regularização do estudante com o Fies e com a instituição é até o dia 30 de abril.

Desde o começo do ano, já foram registrados dois problemas em relação ao Fies. No primeiro, os alunos enfrentaram problemas para se inscreverem porque o sistema estava em manutenção por quase um mês. Depois, o MEC informou um reajuste de até 6,4% no programa; ou seja, instituições que aumentaram suas mensalidades acima desse percentual ficariam fora do programa. Como a Univates teve 7,2% de reajuste, ela seria uma das excluídas do Fies em 2015. Nada ainda foi oficializado: os alunos seguem em aulas e a instituição manteve as inscrições. Até ontem, 215 novos estudantes ingressaram na instituição pelo programa.

Falha no sistema

Mesmo depois de quase duas semanas do início do ano letivo, alunos com contrato vigente ou novos, que precisam encaminhar documentos na Caixa Econômica Federal, ainda enfrentam problemas de sistema. Servidores bancários alegam que o sistema do Ministério da Educação (MEC) está com problemas e ignorando cadastros da Univates; por outro lado, a instituição diz que a falha é do banco, e não da Univates.

Enquanto o impasse não é resolvido, alunos preocupam-se com os prazos esgotados. “Os estudantes devem encaminhar todos os documentos como nos outros anos. O MEC não barrou a Univates”, garante o reitor.

Orientação do Sinepe

Ontem, o Sindicato do Ensino Privado do Estado (Sinepe-RS) orientou instituições gaúchas a cobrarem dos estudantes a diferença no reajuste das mensalidades. Segundo o Sinepe, a média de aumento nas mensalidades foi de 7,5% este ano, no Rio Grande do Sul. Para que os estudantes não percam o financiamento, o sindicado recomenda que as faculdades mantenham o reajuste de 6,4% junto ao sistema que gerencia o Fies, e cobrem a diferença dos estudantes.

Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC responsável pelo Fies, disse, em nota, que as instituições não podem cobrar mensalidade extra dos candidatos. Segundo o FNDE, as faculdades que tiveram um reajuste maior que 6,41% devem negociar o caso diretamente com o governo.

Serviços

Em casos de problemas, o estudante deve entrar em contato através da central telefônica de atendimento gratuito: 0800-616161. O MEC e FNDE tomarão as providências cabíveis.