Giro do Vale

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quinta-feira, 19 de junho de 2025

Funai autoriza duplicação da 386 entre Estrela e Bom Retiro

Com a transferência das famílias indígenas para a nova aldeia, há cerca de um mês, a Fundação Nacional do Índio (Funai) liberou a continuidade da duplicação da BR-386, no trecho de dois quilômetros entre Estrela e Bom Retiro do Sul.

O local onde a comunidade caingangue estava localizada tratava-se de área protegida. Por isso, o avanço das obras estava condicionado à construção de uma nova aldeia.

Na quinta-feira, dia 21, a Funai encaminhou ofício ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), informando que não há impedimento para a continuidade da obra. De acordo com a fundação, as famílias da tribo caingangue já estão residindo na nova “Aldeia Coqueiro”. Próximo ao local da antiga comunidade, o novo espaço da tribo conta com 29 casas de alvenaria, além de outros espaços de convivência, e foi orçada em R$ 8,5 milhões.

Presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ito José Lanius se diz satisfeito com a notícia, mas se mantém cauteloso na comemoração. “Não sabemos se, efetivamente, a obra vai continuar e quando será concluída. Quando libera uma coisa, tranca outra”, lamenta. O receio, desta vez, é de que cortes de verbas atrasem a continuidade da obra.

Na opinião de Lanius, quando pronta, a duplicação representará o destravamento de um gargalo nas estradas do Estado. “Vamos ganhar tempo, e tempo, na logística, é muito significativo em termos de custos. A duplicação será muito importante para a economia do Vale do Taquari e do Rio Grande do Sul como um todo, já que ela é utilizada para o escoamento de produtos”.

Até o fechamento desta matéria, o Dnit não respondeu ao contato da imprensa para informar se há previsão para a retomada das obras.

Saiba mais

Após a transferência dos indígenas para a nova aldeia, a Funai continua acompanhando a execução dos programas que compõem o Plano Básico Ambiental e trabalhando com medidas necessárias para “prevenir, controlar, mitigar ou compensar impactos decorrentes do empreendimento”. Segundo a fundação, a “condicionante prevista na Licença de Instalação foi considerada atendida, de modo que a interveniência da Funai não está mais relacionada à obra no segmento restante da rodovia”.

Relembre o caso

A necessidade da construção de uma nova aldeia para os índios caingangue que moravam às margens da BR-386, entre Estrela e Bom Retiro do Sul, foi um dos entraves à duplicação. A obra, que prevê a duplicação de 33,4 quilômetros da rodovia, entre Tabaí e Estrela, começou em 2010 e deveria ter sido entregue em novembro de 2013.

 

Jornal O Informativo

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