Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula / Divulgação

O ex-presidente Lula conversou na última segunda-feira, dia 14, por telefone, com a presidente Dilma Rousseff sobre a possibilidade de assumir um ministério. Eles ficaram de voltar a se falar entre terça e quarta. Lula passou a considerar a hipótese depois que a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu transferir para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele.

Aceitando um ministério, Lula ganha a prerrogativa de foro privilegiado. Na prática, isso significa que qualquer denúncia contra ele teria de ser avaliada pelo Supremo, e não por Moro, considerado muito duro com os investigados.

Lula deve viajar a Brasília para discutir com Dilma a melhor forma de assumir uma pasta do chamado núcleo duro do governo: a Casa Civil, ocupada por Jaques Wagner, ou a Secretaria de Governo, comandada por Ricardo Berzoini. O ex-presidente deve apresentar algumas condições. Uma delas é a mudança da política econômica. A condição não inclui a troca do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, mas a adoção de uma política de ajuste menos dura e mais focada na retomada do crescimento.

O Ministério Público de São Paulo denunciou criminalmente Lula no caso do tríplex no Guarujá (SP) no último dia 9. São acusados também a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o empresário Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, amigo de Lula, e ex-dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

Correio do Povo