Defesa de Temer e PGR pedem esclarecimentos sobre áudio da JBS
- porJuliano Beppler da Silva
- 22 de maio de 2017
- 8 anos
Foi protocolado na noite deste domingo, dia 21, pela defesa do presidente Michel Temer e pela Procuradoria-Geral da República um pedido para que a Polícia Federal esclareça pontos sobre o áudio da conversa entre o presidente e o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista. As informações são do site G1.
De acordo com a publicação, o pedido da defesa de Temer requer 15 esclarecimentos. Já o requerimento da PGR pede outros 16 esclarecimentos, entre eles se “há montagens, trucagens, adulterações ou alterações outras na gravação que indiquem manipulação fraudulenta do áudio”; e se a perícia pode afirmar “que uma das vozes dos interlocutores provém do investigado Michel Temer.”
A Polícia Federal informou, por meio de nota, que já recebeu os áudios da conversa, mas que pediu acesso ao aparelho usado por Joesley Batista para fazer a gravação.
“Em análise técnica preliminar, o Instituto Nacional de Criminalística apontou que é fundamental ter acesso ao equipamento que realizou as gravações originais. Por esse motivo, a PF oficiou à PGR, solicitando o aparelho”, diz a nota.
Segundo a PF, não há prazo inicial estipulado para conclusão dos trabalhos periciais, especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento.”
Veja a lista dos 15 pedidos de esclarecimento no áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista pedidos pela defesa do presidente:
As degravações veiculadas pelos meios de imprensa correspondem à integralidade da conversa reproduzida no áudio?
Qual o tempo de duração do áudio?
É possível identificar a supressão de palavras ou expressões na gravação, ou que tenham sofrido adulteração que lhes modificou o sentido real?? Na hipótese de resposta afirmativa, pode-se apontar os momentos respectivos da gravação?
Pelo nome do arquivo, ou pelos seus metadados, é possível identificar a marca, modelo e o sistema de gravação do aparelho utilizado?
Qual o formato do arquivo de áudio? Este tipo de arquivo possui alguma proteção contra edições e manipulações? É possível manipular este tipo de arquivo com relativa facilidade?
O aparelho utilizado foi resguardado e mantido em cadeia de custódia, conforme determinam os POP¿s?
No início da gravação ouve-se um áudio que parece ser uma transmissão de rádio. É possível identificar em que horário e quanto tempo durou esta transmissão?
No final do áudio, ouve-se nova transmissão de rádio, é possível identificar o horário em que foi realizada esta transmissão?
O jornal Folha de São Paulo na edição do dia 20 do corrente, afirma que após uma perícia, o Sr. Ricardo Caires dos Santos, perito judicial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo foram identificadas 50 edições no áudio. É possível aponta-las?
O jornal O Estado de São Paulo, com base em perícia do Sr. Marcelo Carneiro de Souza, identificou 14 ‘fragmentações’ no mesmo áudio. É possível identificá-las?
Há momentos de ruído alto no áudio, é possível identifica-los e apontar a razão de tais ruídos?
Esses ruídos podem ter sido incluídos na gravação para mascarar cortes ou edições?
A frase ‘tem que manter isso, viu’ dita pelo presidente Michel Temer é imediatamente precedida por qual frase de seu interlocutor?
O nome do arquivo identifica uma data. Esta data coincide com o dia do diálogo? Pelo sistema de gravação, se identificado, é comum o salvamento automático com a data do dia de gravação? Se não coincidir é possível afirmar que houve adulteração no nome do arquivo?
De acordo com a gravação a ser periciada, é possível analisar a porcentagem de participação de cada interlocutor no diálogo? Em resposta afirmativa, qual seria esta divisão?
Zero Hora
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