Carlos Bolsonaro é alvo de operação que investiga irregularidades na Abin
- porJuliano Beppler da Silva
- 29 de janeiro de 2024
- 1 ano

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta segunda-feira, dia 29, novas diligências no bojo da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro. Um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). De acordo com a Globonews, o filho “02” do ex-presidente teria recebido informações da suposta “Abin paralela”.
A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
A Operação Vigilância Aproximada, por sua vez, é uma continuação da Operação Última Milha, que, em outubro de 2023, chegou a prender servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. À época, o Estadão mostrou como a ofensiva ligou um sinal de alerta para o vereador Carlos Bolsonaro, que hoje é alvo de buscas.
O funcionamento da inteligência do governo passado era algo do interesse de Carlos Bolsonaro, que tem estreita relação com Ramagem.
Relembre o caso
Em 2023, a PF descobriu indícios do uso de mais ferramentas de espionagem ilegal por servidores da Abin — entre elas um programa de invasão de computadores que permitia acesso a todo o conteúdo privado dos alvos. Os softwares foram encontrados nos equipamentos apreendidos durante as buscas.
A suspeita é que os investigados usavam “técnicas que só são permitidas mediante prévia autorização judicial”.
Em 20 de outubro do ano passado, a PF revelou que um sistema de geolocalização da Abin para dispositivos móveis, como celulares e tablets, teria sido usado em monitoramentos ilegais por servidores mais de 30 mil vezes em dois anos e meio. Entre os alvos da espionagem irregular estariam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na época, a PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás. Os agentes encontraram mais de US$ 171 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, em Brasília. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de outros cinco funcionários da Abin.
Apreensões
Na última quinta-feira, dia 25, os agentes apreenderam celulares e notebooks no apartamento funcional do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) . O R7 apurou que um notebook e um celular ainda pertencem à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem é um dos alvos de uma operação que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem em sistemas do órgão.
As investigações apontam indícios de que Ramagem continuou recebendo informações de dentro da Abin mesmo após deixar o comando do órgão. O gabinete do parlamentar foi um dos locais onde os agentes fizeram buscas, assim como endereços de outras pessoas no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A casa e o escritório do deputado também foram alvos da ação. Ramagem deve prestar depoimento na sede da PF.
A PF também suspendeu sete policiais federais do exercício das funções públicas. As ações da quinta-feira, dia 25, fazem parte das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.
Correio do Povo
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