Federasul propõe alternativa à concessão do bloco 2 e cobra mais diálogo do governo
- porJuliano Beppler da Silva
- 28 de junho de 2025
- 3 horas

Foto: Sérgio Gonzalez / Divulgação
A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) decidiu liderar a construção de uma proposta alternativa ao edital de concessão do bloco 2 de rodovias, lançado pelo governo estadual. A medida surge após críticas unânimes feitas durante um fórum técnico promovido pela própria entidade, que reuniu deputados, prefeitos, vereadores e representantes do setor produtivo.
Apesar do entendimento geral de que a concessão é necessária para viabilizar obras nas estradas, o modelo proposto tem sido duramente criticado por falta de clareza, ausência de diálogo e valores considerados altos. O bloco 2 engloba estradas que cortam 32 municípios das regiões Norte e do Vale do Taquari.
A alternativa será baseada em um novo estudo de VDM (Volume Diário Médio) das rodovias, contratado e custeado por entidades locais, com previsão de conclusão já na próxima semana. Segundo Ivandro Rosa, vice-presidente regional da Federasul, o governo estadual utilizou dados de 2022, desatualizados frente ao aumento do tráfego em cidades como Encantado após a instalação de novos atrativos turísticos.
A Federasul também cobra que o governo democratize o acesso aos projetos detalhados das obras. Para o engenheiro e dirigente da entidade, muitos prefeitos e líderes locais têm criticado ou apoiado o plano sem sequer conhecer suas especificidades, o que compromete a qualidade do debate.
Rodrigo Sousa Costa, presidente da Federasul, foi direto: “Não podemos nos abraçar numa concessão mal feita por 30 anos. Já sofremos com isso no passado e não podemos repetir os erros”. Ele defende que o governo estadual esteja aberto a revisar pontos e debater alternativas.
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Reconstrução, rebateu dizendo que os dados utilizados são atuais e estão disponíveis no site oficial, no âmbito da consulta pública. Sobre o Fundo de Reconstrução (Funrigs), garantiu que o valor de R$ 1,5 bilhão será vinculado às entregas da futura concessionária.
Prefeitos da região também manifestaram preocupação. Jonas Calvi (PSDB), de Encantado, e Moisés de Freitas (MDB), de Sério, reconhecem a inevitabilidade do pedágio, mas exigem obras de qualidade e mais clareza. Já Mateus Trojan (MDB), de Muçum, criticou a postura do Executivo estadual, mencionando frustrações com promessas não atendidas e o “constrangimento” aos prefeitos ao vincular a redução da tarifa à isenção do ISS.
Agora, a expectativa é de que a proposta da Federasul possa abrir caminho para um novo diálogo e um modelo de concessão mais equilibrado, transparente e justo para os municípios envolvidos.
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